O último grande lançamento dos games já está em pré-venda e, como grande fã da franquia, você quer ter a sua cópia antes de todo mundo. Ao entrar no site, você joga uma versão demo do game (só para confirmar que ele é bom mesmo) e faz o cadastro para a compra. Dois meses depois, o gerente do seu banco entra em contato para avisar que houve uma compra atípica no seu cartão de crédito: mais R$ 10 mil reais foram gastos. Tarde demais você descobriu que o site do tal game era ilegítimo e que seu computador foi infectado com um novo tipo de malware. A internet está cheia de armadilhas, umas são óbvias, outras nem tanto. E a porta de entrada para os golpes online têm se multiplicado com uma rapidez absurda.
O aumento dos ataques
Uma pesquisa realizada pela SonicWall mostrou que a incidência de malware no Brasil cresceu 119% no último ano. E esse resultado nos colocou em sétimo lugar no ranking mundial de países com maiores ocorrências de malware. Em todo o mundo, foram mais de 10 bilhões de ataques bloqueados, só por esta empresa, um volume nunca registrado antes. E não foi só isso. O estudo também destacou um aumento de mais de 217% dos ataques a dispositivos IoT e quase 4 trilhões de tentativas de invasão. Mais um número importante: de todas as botnets do mundo, 7% estão hospedadas no Brasil. Mas por que esses números crescem tanto?
O que é malware
O malware é qualquer software malicioso intencionalmente criado para causar danos, o que inclui ransomware, spyware, cavalos de tróia, adware, worms, etc. Esse tipo de software pode infectar uma máquina de várias formas diferentes e o usuário não precisa, necessariamente, baixar alguma coisa para ser contaminado. Aí que mora o perigo.
As armadilhas estão em todo lugar
Sabe aquela promoção incrível que você estava esperando para trocar de smartphone? Ou aquele link que você usa para assistir séries online? Ou ainda quando você recebe uma mensagem do banco dizendo que precisa atualizar seus dados cadastrais? Bom, nisso tudo pode haver um tipo de malware escondido. Esses softwares podem estar mascarados em e-mails, sites, fotos, softwares, portais, dentre outros, e geralmente se aproveitam da ingenuidade e do descuido do usuário ao acessar endereços não confiáveis. Ou ainda desenvolvedores que camuflam códigos em links ou arquivos para contaminar os visitantes de propósito. Existe ainda a possibilidade de um hacker invadir um site legítimo e inserir um código malicioso, infectando todos os visitantes da página. E isso pode prejudicar muitos negócios, a exemplo de lojas online. Se o seu site foi infectado por um malware, buscadores como o Google, navegadores e antivírus vão recomendar que o visitante não acesse o endereço ou mesmo bloquear o acesso a ele.
Onde mora o perigo
Sabidamente, o Brasil é um dos países que se destacam em ataques utilizando fraudes bancárias. Com o aumento das transações realizadas via internet banking, o número dos golpes também cresce. Um dos malwares mais famosos, por exemplo, consistia em infectar o sistema de um usuário que, quando acessava o site de um dos bancos-alvo, tinha seu teclado monitorado para registrar o que era digitado. Mas também existe outro nicho que os cibercriminosos têm usado como isca: o entretenimento. Lançamento de novos jogos, séries, programas e grandes estreias de filmes têm funcionado como disfarces para a propagação de malware.
Como o usuário pode se proteger?
A primeira dica é sempre estar alerta a o que você está acessando, se certificando de apenas utilizar serviços legítimos e evitar o download indiscriminado de torrents e arquivos, por exemplo. Outro ponto a ser observado é a segurança do endereço, prestando atenção se o site é tem certificação SSL (como o cadeado na barra e o se o endereço começa com ‘https”). Além disso, tenha soluções de segurança confiáveis, instale um antivírus adequados, mantenha seu sistema operacional atualizado e só instale softwares originais.
E as empresas?
Ao passo em que são desenvolvidas proteções mais sofisticadas, também são criadas novas formas de malware. O exemplo é a criptografia que, com o seu uso crescente, também tem sido usada para contornar os controles comuns de segurança de rede. Além disso, usuários e governos estão cada vez mais atentos com questões de segurança e privacidade de dados. Isso demonstra como empresas de todos os segmentos precisam dar uma maior importância ao monitoramento e atualização de suas linhas de defesa. É preciso pensar além das formas de defesa mais simples, investindo também em técnicas de mitigação desses ataques e inspeções mais profundas em seus protocolos de criptografia de tráfego. Mas esse investimento não é só para as equipes de TI. Toda a empresa ser envolvida e estar preparada para seguir normas e práticas de segurança e disciplina em seus processos. Uma maneira simples de orientá-los a esse respeito é reunir as lideranças das equipes e explicar os riscos dos malwares, deixando claro quais os impactos essa ameaça poderia trazer para a empresa. Enviar emails para os colaboradores com dicas de como se proteger, tanto ao utilizar a internet no trabalho quanto em casa, também é um grande apoio na disseminação de conhecimento. Afinal, criar um ambiente virtualmente mais seguro para os dados, reduzir riscos e conquistar a plena confiança dos clientes é um dever de todos os que estão envolvidos no cotidiano da sua organização. Leia mais sobre as normas e práticas de segurança com as quais sua empresa precisa estar adequada em nosso artigo: Lei Geral de Proteção de Dados.